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terça-feira, 26 de novembro de 2013

SSP apresenta falso médico e executor de empresários


O secretário de Estado de Segurança Pública, Aluisio Mendes apresentou, na tarde desta segunda-feira (25), o resultado de duas ações deflagradas pelas Polícias Civil e Militar. Um dos detidos é apontado pela polícia como o executor dos irmãos e empresários José Mauro Alves Queiroz, de 57 anos, e José Queiroz Filho, 68, crime ocorrido no dia 11 de janeiro de 2012. O  outro que foi apresentado é um nigeriano que exercia de forma irregular a profissão de médico em várias cidades do interior.
 
 Os irmãos José Mauro Alves Queiroz e José Queiroz Filho eram proprietários da empresa Replub Ltda., especializada na compra e venda de óleo reciclado, localizado no Distrito Industrial de São Luís. Com a prisão de mais um envolvido, a polícia elucidou o crime.

Para a polícia, Erinaldo Almeida Soeiro, de 22 anos, foi quem disparou os tiros que atingiram os empresários. A investigação do caso foi coordenada pelo delegado Roberto Vagner Leite.

Em relação ao executor preso, o secretário de Segurança informou que se trata de um homicida perigoso. “Ele tem diversas passagens pela polícia, inclusive em um confronto policial com equipes da Superintendência Estadual de Investigações Criminais. Ele, inclusive, já foi reconhecido por diversas testemunhas. Erinaldo é especialista em roubo de carros e motos”.

O crime

Na tarde do dia 11 de janeiro de 2012, um homem em uma motocicleta Honda preta chegou ao vigilante da empresa dizendo que queria comprar óleo. O vigilante nesse momento chamou um dos sócios. Ambos foram rendidos pelo homem que pediu que os levassem a um dos irmãos Queiroz.

No escritório onde se encontrava as vítimas, o executor efetuou um disparo de arma de fogo contra o José Mauro e dois disparos contra o José Queiroz. Um sobrinho da vítima, também, se encontrava no local no momento do crime.

O delegado Roberto Vagner Leite contou que, em depoimento, Erinaldo Soeiro revelou que havia sido contratado por um ex-sócio de uma das vítimas para realizar o crime. Na negociação, o mandante, Eduardo Gomes de Freitas, teria encomendado o crime pela quantia de R$ 100 mil. “Eduardo havia pago o valor de R$ 40 mil e daria o restante depois do crime, mas ele acabou tendo um infarto, não resistiu e acabou falecendo”, explicou o delegado.

Prisões 

Erinaldo Almeida Soeiro foi preso com mais três pessoas, no Residencial Nova Era, na Rua Capricórnio, Quadra 34, nº 36, em São José de Ribamar, suspeitos de praticar vários crimes naquele município, na última quinta-feira (21).

Na casa, foram apreendidas duas motocicletas, sendo uma Honda de cor vermelha, com placas NXQ-9180 e uma Honda CG 125 de cor preta e placas NWY-7857, uma espingarda calibre 12, pólvora, carregador de pistola, dois capacetes, anéis, pulseira, cordão, quatro peças de motocicletas, uma placa de veículo e a carteira de trabalho de Renderson Pestana de Assis.

Erinaldo, Renderson, Alexsandro e Márcia foram encaminhados à Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) e foram autuados em flagrante delito pelo delegado Paulo Roberto Hertel.

Médico ilegal



Durante a coletiva de imprensa,  foi apresentado ainda o nigeriano Kingsley Ify Umeilechukwy, 31 anos. Ele, que foi autuado pelos crimes de exercício ilegal da medicina e estelionato, foi detido no último sábado (23), por investigadores lotados na 5ª Delegacia Regional em Pinheiro, no momento em que realizava um atendimento dentro de  uma unidade de saúde municipal em Bacuri. 

Em depoimento, o nigeriano disse que  prestava serviços em vários municípios do Maranhão como estagiário, e em alguns casos, assumia plantões. Ele disse ainda que  estava no Brasil desde o ano de 2007 e trabalhava naquela unidade de saúde desde o ano passado.

Ainda em depoimento para a polícia, Kingsley chegou a dizer que concluiu duas especializações pela Universidade Federal do Maranhão, sendo uma em Pediatria e a outra em Ortopedia.  Ele não apresentou nenhuma documentação comprovando os cursos. Segundo informações policiais, o nigeriano começou a ser investigado no último dia 4, após a morte de uma criança na cidade de Mirinzal.

Para Aluísio Mendes mais uma vez a polícia agiu com rapidez e precisão. “Esse não é um caso isolado, é um fato perigoso, já que põe em risco a vida da população”, comentou. O secretário de Segurança frisou ainda que a polícia está investigando se existem outros casos desta natureza no interior do estado.

Outro fato já esclarecido  foi a declaração dada também em depoimento pelo nigeriano,  de que  a vítima, mordida por um cachorro, teria ido ao hospital da cidade  e não teria sido medicada por conta da falta de vacina. Ele afirmou que teria orientado a mãe para que lavasse o ferimento e levasse o filho em outro posto de saúde na manhã seguinte.

Em relação a este fato, o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Alberto Carneiro, disse que a informação sobre a falta de vacinas naquela unidade de saúde não é verídica. Segundo ele, todos os postos de saúde e hospitais do interior possuem as principais vacinas para casos urgentes como esse. “O nigeriano médico não seguiu as recomendações de praxe seguidas por médicos profissionais, caso isso tivesse sido feito, a criança poderia estar viva agora”, explicou.

A mãe da vítima não levou o filho para ser vacinado e a criança veio a óbito. A mulher atribuiu a morte do filho ao médico. Ele foi autuado em flagrante delito pelo delegado plantonista, Tarcísio de Jesus Fonseca, pelo artigo 282 combinado com o artigo 171, estelionato e exercício ilegal da Medicina.

Ainda segundo Aluisio Mendes, a investigação do caso vai evoluir e informou que a polícia agora quer saber quem facilitou a entrada do falso médico no grupo profissionais da unidade de saúde, quem contratou e se recebia alguma ajuda de custo para a realização de alguns plantões. “A Polícia Civil vai apurar todas as responsabilidades para que todos sejam penalizados”, informou.

O juiz Marcelo Santana Farias, do Fórum do município de Bacuri, arbitrou a fiança do falso médico, no valor de dois salários mínimos, o que permitiu ao suspeito que fosse solto nesta segunda-feira (25).  

Presentes, também, na apresentação dos detidos, o secretário-adjunto de Inteligência e Assuntos Estratégicos, Laércio Costa; a delegada geral de Polícia Civil, Maria Cristina Resende; e o delegado Cesar Carlos Veloso, adjunto da Superintendência de Polícia Civil do Interior.

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