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segunda-feira, 31 de março de 2014

Se os governistas engolem a conversa de que Luís Fernando tem poucas chances, então estão a provar que não entendem de política e de eleições.

 
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Do blog de Roberto Kenard

Qualquer pipoqueiro de esquina sabe que a esquerda é craque em espalhar boatos para encurralar adversários.


O PT se mantém vivo no poder com mentiras sobre o PSDB. E o PSDB não retornará ao poder enquanto ficar tentando explicar o que nunca fez.


Digo mais: o PT está longe, mas muito longe mesmo, de ser invencível. O problema é que o maior partido de oposição decidiu disputar eleitores do PT, enquanto há milhões de eleitores se sentido órfãos.


Bom, fiz esse preâmbulo para discutir a disputa pelo governo no Maranhão. Então, vamos lá.

Em 2010, após perder a eleição no primeiro turno para Roseana Sarney (PMDB), o grupo de Flávio Dino (PCdoB) tratou de publicar pesquisas em que Dino aparecia com mais de 60% das intenções de voto, ou seja, não só venceria a eleição no primeiro turno como era imbatível.


Até onde a vista alcança, só este blog tratou de dizer que Flávio Dino era favorito contra a própria sombra. Afinal, quais candidatos estavam postos em 2010 para disputar a eleição de 2014? Simplesmente, nenhum.


Quem publica pesquisa de intenções de voto a quatros anos da eleição? Não existe um mísero caso registrado.


Só, meus caros, que isso fazia parte de uma estratégia, a de tentar pôr na cabeça dos eleitores incautos que a eleição de 2014 já estava no papo a quatro anos da disputa real!


Logo depois Flávio Dino e seu grupo trataram de publicar pesquisas em que Lobão era o grande perigo para o comunista. Luís Fernando? Bem, esse sequer deveria ser levado em conta.


Acontece que ninguém fez a pergunta fundamental: desde quando um candidato divulga uma pesquisa na qual mostra ao adversário quem deveria ser o seu (do adversário) candidato?

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Não sei se o leitor já viu isso. Eu, com bons quilômetros de política rodados, jamais ouvi falar.


Tratava-se – é tão óbvio – de outra estratégia: desconstruir o melhor candidato do campo adversário (no caso, Luís Fernando) e levantar a bola daquele com menores possibilidades (no caso, Lobão. Não, como já escrevi aqui, que Lobão viesse a ser um candidato fraco como eles imaginavam e imaginam).
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O certo, meus caros, é que o grupo que se encontra no poder estadual engoliu a pílula oferecida pelos adversários.


Criou-se um frenesi totalmente estúpido. A tal ponto que hoje os governistas acreditam a sério que Luís Fernando só terá uma eleição razoavelmente tranquila se for eleito primeiro pela via indireta.


Que Einstein da política maranhense chegou a essa conclusão? A partir de quê?


Em primeiro lugar (vocês vão me perdoar por proclamar o óbvio), quem se encontra no poder tem a faca e o queijo na mão. E como sempre digo, isso não acontece só no Maranhão. É no Brasil inteiro.


Querem saber de uma verdade? Ei-la: desde 1965, quando o oposicionista Sarney venceu a eleição de governador, a oposição não vence uma eleição para o Governo do Maranhão. Antes que algum tolo puxe o nome de Jackson Lago, esclareço: Jackson Lago venceu a eleição de 2006 como candidato do governo, Roseana Sarney é que estava na oposição.


Assim, a oposição perdeu.


Já escrevi aqui, que pela primeira vez o grupo ligado a Sarney tem um candidato competitivo. E é competitivo por inúmeros motivos. Não me custa citar alguns:


1) já comprovou ser um excelente administrador como prefeito da cidade de São José de Ribamar (não há um oposicionista decente que negue isso);


2) é um candidato que tem currículo e não folha corrida (ninguém o aponta como corrupto);


e 3) vai ter o que mostrar como candidato no horário eleitoral.

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De onde tiraram, então, essa fragilidade? Só se foi do cofo da desconstrução de adversários da oposição.


O que o governismo já deveria saber é que uma coisa é a classe média de São Luís que se considera politizada e de esquerda. Outra bem diferente é a população que rala todos os dias e não vive de frente para o mar e de costas para o Maranhão real.


Não sou de origem popular, mas convivo tranquilamente com pessoas de origem abaixo da classe média, classe média que se quer defensora dos pobres, desde que seja com bastante distância.


O que essas pessoas dizem? Que Flávio Dino já ganhou? Que Luís Fernando não existe como candidato?


Hoje mesmo, quarta-feira, 26, estive conversando com vários trabalhadores da zona rural de São Luís. Provoquei a questão política sem citar nomes. Nenhum disse gostar ou votar em Flávio Dino. Mas todos citaram Luís Fernando.


Citaram se referindo à administração de Ribamar e ao trabalho que ele está desenvolvendo na Secretaria de Infraestrutura.


Aí está. O governo deveria primeiro saber o que se passa nas classes populares antes de repetir o discurso furado da oposição.


Ah, os blogueiros também.


Para terminar, lembro da eleição de José Reinaldo Tavares (hoje no PSB).


Roseana Sarney queria Jackson Lago (PDT) como candidato do grupo. Acordo que fora fechado em 2000. Como vocês sabem, Jackson se reelegeu naquele ano prefeito de São Luís com o apoio do grupo Sarney. Veio a Lunus (operação até hoje sem explicação pelo menos razoável) e Roseana teve de abandonar a candidatura à Presidência da República.


Mesmo assim, estava mantido o acordo: Jackson Lago seria o candidato a governador.


Lago, com a falta de visão política que o caracterizava, achou que o caso Lunus havia destruído o grupo Sarney no Maranhão. Ele, que até havia proibido outdoors de aliados contra Roseana e dizia que essa conversa de oligarquia era um engano, tratou de voltar a atacar a… oligarquia.


Pois é, perdeu a eleição para José Reinaldo Tavares, que em junho de 2002, ao me encontrar no Arraial do Ipem do Calhau, me mostrou uma pesquisa na qual tinha míseros 2% das intenções de voto.


Como, então, desacreditar do potencial de Luís Fernando???

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