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domingo, 25 de janeiro de 2015

Anticandidatura para resistir

Por ANDREA MURAD - Diante dos últimos acontecimentos em torno da eleição para presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, em que muitos parlamentares dos partidos que apoiaram o candidato do PMDB ao governo – e o próprio Lobão Filho em respeito à decisão do partido – deram declarações em apoio à candidatura única do deputado Humberto Coutinho, uma candidatura claramente imposta pelo governador Flávio Dino, venho lamentar a decisão do grupo político do qual faço parte e com muito respeito comunicar que serei candidata a presidente da Assembleia Legislativa.

Como deputada eleita pelo povo, mulher, mãe, representante de uma nova política, apresento a minha candidatura de protesto, em respeito aos mais de 77 mil votos que recebi para lutar pelo Maranhão.

Sabemos que os aliados também divergem e isso é muito natural em qualquer processo democrático. Mas prefiro manter o meu posicionamento de ser contra, como fui desde o início à candidatura única, fruto de uma só vontade, o que fere qualquer princípio democrático. Acredito que, para tal cargo, deveria surgir um nome dos partidos que nas últimas eleições somaram mais de hum milhão e novecentos mil votos dos maranhenses, legitimando essa pretensão e não um acordo entre um só parlamentar e um governador. Mas eu não deixarei de acreditar na política, nem de lutar por ela como o povo merece.

Então reafirmo que, pela inviabilidade de aceitar uma candidatura única, em 1º de fevereiro serei candidata à presidência da AL, como forma de protesto contra o cenário a que fomos submetidos e de mostrar que a oposição deve se fazer presente para o bem da democracia.

Tenho esta candidatura também como uma forma de despertar o povo para a existência de uma oposição autêntica, constante e estável no Poder Legislativo que estão tentando silenciar. Mas eu não me calarei. Sei que não há qualquer chance de vitória nesta candidatura, mas resta-me honrar os milhares de votos dos eleitores que desejam um Legislativo independente e democrático, e mais, que desejam ver em mim uma nova política, uma defensora das novas práticas, uma parlamentar transparente e com a coragem de combater essa ‘ditadura’ que Flávio Dino quer implantar no Maranhão, calando a voz da oposição.

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